27/11/2012

OBSESSÃO


Desconfiada eu já estava
que era obsessão
querê-lo de qualquer jeito
ele me querendo ou não.
Sentia-o dormindo ao meu lado
com um braço a me enlaçar
se brincasse até sentia
ele meu nome murmurar.
Se andava pela casa
ficava a procurar
vestígios que dissessem
que ele iria voltar.
Na varanda, até agora,
já semanas a se passar
as pontas dos cigarros
faltou coragem pra tirar.
Foram eles, os cigarros,
que o ajudaram a me deixar
quando com a fumaça viajava
com outras mulheres a imaginar...
E com essa febre ardendo
chegando quase à convulsão
senti que era preciso
me libertar dessa obsessão
de um amor que é passado
Eu querendo...
Ou não!


Suely Sousa
Recife/PE